Bacnaré

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A arte em forma de dança

sábado, 22 de outubro de 2011

Pastoril

Pastoril do Sol Nascente revela tradição do Natal do Recife

30 nov

Por Júlia Veras e Guilherme Gatis
Do NataldoRecife.com.br

A primeira apresentação foi há 56 anos, na calçada de uma vizinha, no Alto do Pereirinha, no bairro de Água Fria. O grupo de seis meninas e um menino, vestidos de roupinhas de papel crepon, começou naquele ano a história do Pastoril do Sol Nascente, fundada por Ubiraci Ferreira (foto abaixo), de 73 anos, quando veio de Barreiros para morar por aqui. “É um dos mais antigos e é o mais tradicional da cidade”, como gosta de dizer o próprio. “Posso garantir que nos apresentamos guardando as características de 100 anos atrás”, completa ele. O Sol Nascente é um dos mais de cem pastoris existentes no Recife, o folguedo mais popular do nosso Natal.
A pesquisadora do assunto, Dinara Pessoa, que no ano 2000 lançou o CD “Pastoril” com o apoio da Prefeitura do Recife, explica que o folguedo tem origens na Penísula Ibérica. “As cores azul e vermelha, tão características, simbolizam as disputas entre mouros e cristãos”. Existem, a grosso modo, dois tipos de Pastoril. O primeiro, o de jornadas soltas, que vem do pastoril religioso – que já não existe mais de forma original -, e o profano. O primeiro traz as figuras clássicas, como a mestra, a contra-mestra, a Diana, a cigana, a borboleta, o pastor, o florista e a estrela. Já o segundo tipo não costuma ter todos estes personagens – em alguns casos, contudo, chegam a ter a mestra, a contra-mestra e a Diana -, mas possui a figura marcante de um velho jocoso. Entre os ritmos típicos da trilha sonora, estão a valsa, o maxixe e as marchas.
E é ao primeiro tipo que pertence o Sol Nascente, que até hoje se mantém firme na missão de tornar mais colorido o Natal do Recife. O pastoril participará do Cortejo Natalino organizado pela Prefeitura, junto com dezenas de outros grupos, no dia 17 de dezembro. O desfile começa às 17h e sai da praça Maciel Pinheiro, no centro. De lá, os grupos percorrem um trajeto que inclui a rua da Imperatriz e a praça do Diário, até chegar ao pátio de São Pedro.
>> Clique aqui para conferir a programação completa do Natal da Solidariedade.
O Sol Nascente também se apresenta na rua Raul Pompéia, 462, em Água Fria, geralmente no último fim de semana de dezembro. As festividades, no entanto, não terminam por aí. No mês de janeiro, o grupo participa da tradicional Queima da Lapinha – eles montam um presépio para uma nova apresentação em frente a casa de Seu Ubiraci e transformam as figuras em cinzas, que vão abençoar todos os instrumentos do grupo e afastar os maus olhados do ano que está começando.

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